Algumas pessoas que tem lido minhas postagens aqui me sugeriram que eu mudasse o nome do blog. Um aluno até me perguntou porque eu não dava aula de Filosofia, pois as coisas que gosto de escrever seguem mais para o lado do pensamento e das maneiras que podemos relacionar o mundo físico com o espiritual.
Eu gostaria de escrever sobre o Boson de Higgs e como essa descoberta é importante para a Física nos nossos dias. Mas, existem milhares de sites, filmes e documentários que explicam essa questão usando as publicações e entrevistas dos especialistas da área e portanto, se eu focasse nisso creio que não iria acrescentar nada ao que já existe publicado. Certamente, a minha visão seria tentar conectar e compatibilizar essas descobertas com o lado metafísico da questão, a espiritualidade.
O blog trata da Física sem Trauma e para mim isso se tornou uma realidade a partir do momento que consegui ligar o Mundo Físico ao Espiritual por meio da Kabbalah. Ate então a Física era um problema para mim, pois Deus sempre esteve no núcleo das minhas crenças e expectativas de vida e simplesmente eu não tinha como descartá-lo e continuar vivendo com tranquilidade. Conforme já comentei em outras postagens, foi quando comecei a estudar a Kabbalah que consegui entender melhor toda a correlação existente entre o Mundo Superior, espiritual e o nosso mundo, o Físico.
Então, pretendo continuar postando aqui experiências, impressões e conclusões que obtive na vida com a intenção de talvez ajudar alguém que se depare com essas mesmas questões que me atormentaram por diversos anos.
Ainda hoje conversando com meu filho acabei emitindo um pensamento em voz alta que nos levou a uma interessante conversa. Eu disse, pensando na minha vida: "Puxa, se eu tivesse obtido esse conhecimento antes eu teria evitado muitos problemas na minha vida." Então meu filho me perguntou: "por acaso agora você se acha santa?" Eu disse: " claro que não, longe disso. Como todo o mundo eu estou aprendendo e tenho muito ainda a melhorar." Então, me veio à mente minhas passagens por diversas religiões e eu disse à ele: "Se eu também tivesse seguido o básico que as religiões me ensinavam, eu também teria evitado muitos dos problemas."
Aí me veio a reflexão clássica: Por que então o que não funcionou naquela época, está funcionando agora? A resposta é muito simples.
A primeira coisa que me veio à mente para explicar essa questão é a seguinte: as religiões criam separação entre as pessoas. O principal mandamento da Bíblia é "Ame o seu próximo como a si mesmo". Mas, como podemos dizer que estamos cumprindo esse mandamento quando julgamos os outros que não possuem as mesmas crenças que nós e os condenamos à morte ou mesmo ao inferno? Não pode existir amor onde existe separação e, na minha opinião, essa é a principal causa de as religiões não serem bem sucedidas em conduzir as pessoas à uma vida mais plena e também esse é o motivo de presenciarmos tantas barbaridades e atrocidades feitas por pessoas que se dizem religiosas. Nosso subconsciente sabe que qualquer esforço nosso é invalidado quando não praticamos o amar e o compartilhar indiscriminadamente.
Outro erro dos ensinamentos religiosos que aprendi no passado é que a causa dos nossos problemas é sempre algo externo. Primeiro começava com Adão e Eva. Era deles a culpa de estarmos neste mundo com sofrimento, doenças e morte. Depois, as coisas que nos aconteciam estavam fora de nosso controle. Deus permitia que sofrêssemos, ou nos punia por algo errado que fazíamos. Quando estávamos felizes, agradecíamos a Deus por isso. Mas, logo no momento seguinte éramos vitimados por algum infortúnio e o mesmo Deus era o responsável ou então éramos vítimas da fatalidade a qual não podíamos controlar. O que nos era incutido é que a felicidade estaria ao nosso alcance depois da nossa morte e se fôssemos considerados merecedores. Não preciso nem me estender muito nos comentários de como essa palavra merecedores me atormentava. Eu não me achava digna de obter o céu, pois eu era uma pecadora, desobedecia meus pais, brigava com meus irmãos, depois brigava com meu marido. Jamais eu seria admitida no céu. Então, a ideia de queimar no inferno de fogo me perseguia. Cheguei até a sonhar com o inferno parecido com o de Dante, onde as pessoas eram jogadas num chão quente, semelhante a uma chapa e assim que elas sentavam começavam a ficar vermelhas e a sofrer pelas queimaduras. Sem falar nos sonhos recorrentes que eu tinha onde eu sempre me via virando numa espécie de roda, sentia ânsias e um cheiro estranho e havia um homem que me atormentava e aquela sensação horrível ia aumentando, aumentado e eu acordava, somente para dormir e sonhar de novo com isso. Eram noites e noites com essas sensações. Quando eu fazia alguma coisa errada quando criança, por exemplo, responder mal minha mãe, eu desejava que estivesse num sonho e que ao acordar minha vida estivesse diferente e eu também estivesse diferente.
Outras religiões pelas quais passei diziam que bastava apenas ter fé em Cristo para obter a salvação e que mesmo que pecássemos, os nossos pecados já estavam todos perdoados. Isso novamente me levou a colocar a causa dos meus problemas e da minha felicidade fora de mim. Agora, eu não precisava mais me preocupar com nada. Tudo estava resolvido. Bastava ter fé. E eu tinha. Mas, os problemas aconteciam, minha vida estava muito longe de ser um paraíso e eu errava e me sentia culpada, pedia perdão. Mas, até quando Deus iria aguentar isso? No fim, o que acontece, é que acabamos entrando num espírito de conformismo e deixando a vida nos levar até que a morte finalmente nos leve. Mas, seria esse o propósito de Deus para nós aqui na Terra? Isso sempre me vinha à mente.
Resumindo, essas duas coisas eram, no meu caso, o que me impediam de ter paz, mesmo frequentando uma religião: o espírito de vítima e a falta de amor causando a separação na humanidade.
Então, meu filho disse: Mas, agora você estuda a Kabbalah. Ela também não faz o mesmo que as religiões fazem, ou seja se auto proclamam os detentores da verdade e todos os outros estão errados? Minha resposta sincera é não. Não faz. Primeiro, a Kabbalah não é religião muito embora faça o que a religião deveria fazer que é ligar o mundo físco ao espiritual. Qualquer pessoa de qualquer religião pode estudar e usar as ferramentas da Kabbalah e conseguir se conectar com a Luz do Criador. No meu caso, eu apenas lia os escritos e procurava praticá-los e observava as coisas acontecerem conforme o que estava escrito. Eu comprovava por mim mesma que a coisa toda funcionava.
O grande ensinamento que me motivou logo no início é que nós somos a causa de tudo que nos acontece, sejam coisas boas ou ruins. Deus está ali para cada um de nós, não importa a raça. cor, religião. Costumamos chamar esse contato com Deus de a Luz. A Luz está lá, sempre. Do mesmo modo que a eletricidade chega nas nossas casas e está lá para ser usada. Apenas precisamos de um aparato correto e plugar na tomada para que ela flua. A Kabbalah nos ensina como nos plugar na Luz do Criador. E isso é muito simples. Precisamos nos transformar. É a mesma coisa que a religião ensinava, mas agora a causa de tudo era eu. Eu podia ter o controle das coisas. Era me dito, experimente, teste o que aprende. Algo muito diferente de espere, viva uma vida de sofrimento e privações agora e no futuro você talvez saiba o que é felicidade.
Mas a Kabbalah não ensina também que temos que fazer sacrifícios para obter essa Luz? Sim, precisamos fazer restrições que podem parecer que estamos "perdendo" alguma coisa mas logo cedo aprendemos que esse pensamento vem do nosso inimigo, o ego, e é contra ele que temos que lutar. Não é algo externo, um diabo ou um espírito mal. É algo que está dentro de nós e assim podenos controlar. Só depende de nós. Mas, a Luz proveniente desses nossos esforços é sentida na nossa vida agora e quando isso acontece sentimos que estamos no caminho que nos levará à felicidade eterna.
Outra coisa que a Kabbalah ensina é que devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos incondicionalmente, ou seja, não vamos exigir nada em troca e nem julgar ninguém. Convivemos e aceitamos a diversidade. O primeiro livro que li da Kabala dizia: "qualquer um pode se conectar à Luz", desde que faça o que precisa ser feito que é se transformar, resisistindo ao ego e compartilhando.
A Kabbalah nos ajuda a entender o Universo e como funciona a energia que flui nele e como tudo isso é afetado pela nossa consciência. Isso é Física pura, é química, é biologia, enfim é Ciência.
Existe muito material na Internet que fala sobre Kabbalah. A maioria deles apresenta a Kabbalah como misticismo, esoterismo ou algo assim. O livro que nos traz os ensinamentos Kabalísticos puros é o Zohar (escrito há mais de 2000 anos) e quem melhor representa esse ensinamento puro hoje aqui na Terra é o Kabbalah Centre, que é uma organização fundada no início do século passado com o objetivo de tornar os ensinamentos do Zohar disponível à toda a humanidade e não apenas a um pequeno grupo seleto de pessoas como até então. Sugiro que se alguém pretende conhecer melhor a Kabbalah procure ali.